TERROIR
FlávioMPinto
Ainda não entendi o porquê, da recalcitrância da indústria de vinhos do Brasil, em não nomear o terroir das uvas nos rótulos das suas garrafas de vinhos e espumantes, corretamente.
O terroir é algo muito importante para o culto ao vinho e reverenciado em todo canto onde se planta e vinifica os frutos de uma videira. Muitos vinhos levam o nome do terroir.
Ele carrega toda tradição e história do lugar, que muitas vezes dá ao vinho, credibilidade e confiança.
Sabemos que ainda não temos estórias consistentes como em outros países, mas temos de começar a coletar. Também sabemos que muitas vinícolas gaúchas trazem suas uvas de outras regiões, de outros terroirs, vinificam na sua sede e informam que o vinho, enganosamente foi produzido nas suas terras. Na realidade nas suas terras, na sede da vinícola, foi realizado o trabalho dos enólogos para transformar o liquido original em vinho de qualidade e seu engarrafamento. Por isso, os franceses colocam, nos rótulos de suas garrafas, a expressão MIS EN BOUTEILLE, que significa engarrafado na origem, no terroir dando credibilidade ímpar ao produto.
O terroir está intimamente ligado á terra, ao clima e aos parreirais e não á vinificação.
São regiões pequenas, áreas reduzidas que podem ter um microclima e geologia ímpares e únicos. O terroir do Romanée Conti, por exemplo, um Pinot Noir da Borgonha, que chega custar 10 mil dólares a garrafa, tem apenas dois hectares e meio!
No meio vitivinícola diz-se que o vinho fala!
Sim, na realidade é a voz do terroir em cada aroma ou sabor, que dizem de onde vem, clima frio ou quente, do hemisfério norte ou sul, se passou por correção em madeira, informa sobre o teor alcoólico, aromas, sabores, acidez e docilidade da uva /vinho. Nos diz todas as suas características.
Podemos, também, viajar no tempo ao imaginarmos a época que o vinho foi vinificado e suas uvas plantadas/colhidas. Daí vem a história ligada as estórias do vinho!