VINHOS BRANCOS NA CAMPANHA
FlávioMPintoConversando com um produtor, dono de uma vinícola na Serra gaúcha, ele se revelou apaixonado por Livramento. O motivo foi ter achado um tesouro em uvas brancas que o faz, anualmente, adquirir volumes consideráveis uvas de castas nobres brancas na cidade. Os vinhos produzidos, vinificados na Serra, sempre são aquinhoados com prêmios Brasil afora e até no exterior. O carro chefe é a Chardonay. Por sinal, a uva ícone da Champagne, lá no país líder na produção dessa uva fina.
A Chardonay é considerada a rainha da uvas finas brancas e rivaliza com a tinta Cabernet Sauvignon , esse reinado.
É uma casta vinífera que gera respeito e produz vinhos sofisticados. Consta que seu reinado iniciou na França quando a rainha, mulher de Carlos Magno, que, sempre ao vê-lo com a barba turva em tinto após beber vinho, convenceu-o a proibir que se produzissem vinhos tintos na região da Borgonha, onde o rei glutão mandava buscar seus vinhos. E as castas brancas começaram a proliferar até que em 1891, com o avanço da filoxera, Louis Latour implementou a Chardonay nos seu vinhedos, originando os Corton-Charlemagne. O sucesso foi tanto que todos os vizinhos passaram a plantar essa casta, que hoje faz sucesso na região Reingau produzindo os mais afamados vinhos brancos do planeta- os Montrachet e os Corton-Charlemagne. Com destaque, é claro, para a AOC Corton-Charlemagne, a do vinho do Imperador.
Mas a região que melhor aproveita a casta é a Champagne com a produção dos seus espumantes famosos-os Champagnes. É ali que, em maior escala, a uva Chardonay alcançou seu esplendor.
O mais curioso é que a região da Champagne e as áreas que produzem admiráveis brancos na Borgonha-Beaune-, são muito semelhantes. Colinas e mais colinas acompanhadas por um clima saudável ás uvas.
E o mais impressionante ainda é que essas regiões se assemelham com a Campanha gaúcha com suas leves ondulações com longos aclives e declives e ventos frios no inverno. Suas coxilhas formam uma paisagem única. Exclusiva.
Os vinhos da Chardonay são de um amarelo ouro, complexos, transparentes, untuosos e aromáticos. Apresentam um bouquet de flores. É claro, os bem produzidos. Os vinificados á galega, ou não respeitando a casta, não possuem essas características.
É um vinho sofisticado, elegante e aristocrático que combina com nobreza de espírito em qualquer fase, seja na produção seja no consumo. O champagne que o diga.
E essa casta, como bem observou o produtor da Serra, se deu muito bem na Campanha, mais particularmente na fronteira oeste.
Ainda não se tem estórias como a do rei Charlemagne, mas um futuro promissor espera as brancas do Pampa gaúcho.
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