quinta-feira, 30 de julho de 2020

GEORGES DUBOEUF MOULIN A VENT 2013

GEORGES DUBOEUF MOULIN A VENT 2013
by FlávioMPinto

Moulin a vent é a mais proeminente região dos 10 Crus de Beaujolais. A cepa produzida naquela região é a Gamay Beaujolais. 
Destaca-se o evento a todo 28 de novembro, quando do lançamento do Beaujolais Nouveau, um vinho jovem e que deve ser consumido em um ano. 
“Le Beaujolais Nouveau c’est arrivée!” bradam os produtores da região e fazem uma grande festa de lançamento.
O vinho produzido por Georges Duboeuf não é um Nouveau, mas guarda características daquele ícone. 
Pouco aromático e de cor púrpura com grande transparência.
Na boca, a pouca expressão dos  taninos, característica da cepa, uvas de cascas finas, baixo teor alcoólico, a acidez assume a liderança da estrutura acompanhada dos sabores complexos. 
Um excelente vinho para acompanhar pratos leves.
Esta a minha opinião.

quarta-feira, 29 de julho de 2020

DFJ Tinta Roriz Merlot 2008

by FlávioMPinto

Mais um vinho português de respeito.
Simples, com 14% de teor alcoólico, é uma ótima pedida para o dia-a-dia.
Aromas fortes de framboesas, de cor escura impenetrável e intensa.
Na boca, frutas negras jovens como amoras e mirtilos, se fazem presentes.
Muito encorpado, com taninos muito salientes, formando um corpo muito firme e estruturado.
Faz parte do time português de assemblages harmônicos e competitivos. 
A Tinta Roriz é uma casta clássica portuguesa e constitui  blends muito distintos, reinando principalmente na região vitivinícola de Lisboa.
O DFJ deixa um final longo e frutado.
Esta é a minha opinião.

domingo, 26 de julho de 2020

AMARONE DELLA VALPOLICELLA CLASSICO SUPERIORE 2009

by FlávioMPinto

Um clássico da vitivinicultura italiana. Esse é da Azienda Agricola Benedetti , de Negrar.
De cor púrpura opaca, mas com reflexos demonstrando sua vivacidade. Aromas cítricos surgem de uma taça contendo um vinho com mais de dez anos, mas, com seus aromas vivos, parece ser jovem.
O Amarone Della Valpolicella é feito com três uvas no Piemonte: Molinara, Corvina e Rondinella.
Depois de um processo centenário de confecção, o Amarone é colocado no mercado, sem antes permanecer um bom par de anos amadurecendo nas garrafas.
Na taça, já liberado da rolha, revela novos aromas cítricos, muito frutados e inéditos para um tinto: flores, limões e laranjas, que se confirmaram nos sabores complexos.
Muito encorpado, embora com 12,5% de álcool, não se enquadraria num bom vinhos de guarda, mas seus taninos, sabores  e acidez garantem essa presença ilustre.
O Amarone della Valpolicella faz parte do primeiro time dos vinhos italianos longevos.
Deixa um final cítrico e longo.
Esta é a minha opinião.

quinta-feira, 23 de julho de 2020

O VINHO- PRAZER, VÍCIOS E VIRTUDE.

O VINHO- PRAZER, VÍCIOS E VIRTUDE.

by FlávioMPinto


O escritor filósofo americano Roger Scruton nos trás valiosos ensinamentos sobre o vinho, abordando a filosofia que cerca a bebida de Bacco / Dionísio, no seu livro Bebo, então existo( Ed OCTAVO -São Paulo 2011).

Que o vinho é uma bebida diferenciada, única, e agrega valores, sabemos. Mas a filosofia que carrega cada gole, ou uma degustação plena com amigos ou mesmo só, pouco é comentada. 

Começamos com o bebedor, melhor dizendo o degustador, pois vinho não se bebe, se degusta. Sorve-se cada gole sentindo o líquido indo até o reconhecimento da terra que o produziu, o terroir,  e sua história. Os vinhos mais aristocráticos recebem o nome do terroir e não um fantasia!

Scruton divide os vícios em dois grupos: os danosos e os virtuosos. Em ambos o álcool se faz presente. 

Os danosos são os que causam dano ao se pronunciarem no corpo, começando com as alterações de atitudes.

Já os virtuosos, conduzem a virtudes. 

O vinho inebria e não deixa o degustador perder a consciência, enganando-se com mundos fantasiosos que não existem, como nas demais bebidas alcoólicas e nas drogas. Daí vem o diferencial do vinho. 

O prazer, que cada degustação dá a quem o aprecia, e  valoriza, é imensurável. A medida que o líquido de Bacco, com seus aromas, entrando pelas narinas e depois descendo , se apossando da boca e da garganta, apresentando  suas características, personalidade, caráter e origem inequívocas. Sem esconder um detalhe sequer.

O vinho fala com seu consumidor. 

Os efeitos mentais da degustação de um vinho ultrapassam a simples ingestão. O próprio ritual da degustação já eleva a discussão para um patamar acima do normal. A degustação é sensitiva e não material, dependendo da percepção de cada um, gerando buscas na linguagem para melhor identificar aromas, sabores e outros aspectos técnicos. Aí já começa o crescimento intelectual e espiritual do consumidor.

Ele( o vinho), nos trás para dentro de uma vida regrada, de respeito ás normas de convivência e educação, respeitando as nossas ilusões, evidenciadas pelo controle da bebida, permitindo-nos até viajar no tempo. Isso inicia no serviço.

O convívio com o vinho permite agregar valores significativos individualmente e a grupos a medida que impõe a verdade e o respeito.

Talvez sejam esses, alguns dos valores evidenciados de sua presença nas religiões e seus cerimoniais.

Não esquecendo, também, da autoridade que o acompanha, calçada na verdade, respeito, tradições e honestidade que carrega.

Os vinhos mais tradicionais carregam uma aristocracia e finesse como poucos produtos, deixando seu teor de álcool , como coadjuvante e não colaborando para anestesiar o consumidor.

O efeito inebriante do vinho nos conduz á verdade, que foge dos degustadores comuns. 

O vinho é um universo á parte na sociedade.

terça-feira, 21 de julho de 2020

CHÂTEAU CANTELOUP 2015

CHÂTEAU CANTELOUP 2015
by FlávioMPinto
Um blend de Bordeaux Superieur. Cabernet Sauvignon, Franc e Merlot, numa harmonia ímpar.
De cor púrpura bem forte, aromas de frutas vermelhas pouco amadurecidas, o Canteloup não foge ao padrão competente do blend bordalês.
De corpo bem pronunciado , pode-se distinguir seus aspectos integrantes com um mínimo de atenção. Nenhum se sobrepõe e fica-se com a impressão de um ótimo vinho de guarda, por suas lágrimas, teor alcoólico e acidez bem significativas.
Encorpado medianamente, e com personalidade bem definida.
Frutado e complexo, com frutas negras com polpas claras, destacando-se. Cassis, fruta que não temos no Brasil, mirtilos e framboesas se fazem presentes.
Um vinho muito aristocrático e elegante com seus 13,8% de álcool , uma acidez exemplar e taninos bem presentes.
Ótimo representante do Médoc.
Deixa um final longo.
Esta é a minha opinião.

domingo, 19 de julho de 2020

CHATEAU MOULIN DE MARE 2018

by FlávioMPinto

Um bordalês para ninguém botar defeito embora muito jovem.
Cor púrpura forte, aromas de framboesas ressaltando sua origem.
É de Graves, proeminente região de Bordeaux  e próxima a Pessac Leognan. Graves se emancipou graças a qualidade de seus vinhos. Como todas AOC francesas, é um pequeno território beneficiado pela natureza, que lhe dá um solo de calcário chamado de Graves, muito fértil.
O Chateau Moulin de Mare apresenta 13,8% de teor alcoólico, uma acidez muito pronunciada e taninos presentes, mas não dominam o conjunto. Isso indica grande potencial de guarda. 
Muito encorpado, elegante e harmonioso, uma das características dos vinhos bordaleses.
Muito forte a presença de sabores de frutas negras como cassis, mirtilos e ameixas.
Deixa uma final frutado de frutas negras e vermelhas de bosques.
Esta é a minha opinião.

sábado, 4 de julho de 2020

VINHOS / VINÍCOLAS NACIONAIS-região da Campanha Gaúcha

VINHOS / VINÍCOLAS NACIONAIS-região da Campanha Gaúcha
by FlávioMPinto

Acredito que chegou a hora da verdade para os vinhos nacionais. O reconhecimento está á flor da pele dos brasileiros admiradores do líquido de Bacco.
Com o sucesso dos espumantes,  os vinhos tranquilos assumem seu lugar de espera na fila de reconhecimento. 
Temos terroirs espetaculares no nosso país, carentes de maior divulgação.
Um dos últimos terroirs descobertos foi a Região da Campanha Gaúcha,  que já produz parcela significativa da produção nacional-31%.  
O que se tem de salientar é a qualidade do terroir da Região da Campanha, ou dos terroirs, superiores as características da tradicional região da Serra gaúcha. O trabalho dos enólogos é simplificado pelas características geológicas e climáticas, que, em determinados terroirs, permite que o vinho já nasça pronto com intervenções mínimas. Em alguns, suas qualidades específicas são marcantes distinguindo e definindo sua origem, sua certidão de nascimento. 
O terreno plano facilitando o deslocamento de máquinas, o solo basáltico de ótima situação hidráulica que recebe grande insolação, regime de chuvas bem definido, favorecem a produção de grandes vinhos de ótimo custo-benefício, e de uma qualidade ímpar.
São colinas suaves de campos, muito usadas no pastoreio de gado de raças de qualidade reconhecida. 
Muitas vinícolas da Serra se abastecem na fronteira e escrevem, nos rótulos de seus vinhos, “que são da Serra gaúcha”. 
 A região da Campanha se espalha na fronteira do Brasil com o Uruguai  e Argentina em quase 500 km de comprimento por 75 a 100 km de largura da cidade de Candiota a Maçambará no RS.
Onze vinícolas instaladas na região da campanha gaúcha já perfazem 31% da produção de vinhos finos no Brasil. 
É o nosso Médoc surgindo, embora uma diferença marcante se faça presente: nas terras francesas o que impera é a pequena propriedade. 
A região francesa possui aproximadamente 80 km por 30 e, consta, que possui 1855 classificações de vinhos,  chegando a ter, nessa extensão,  pouco mais de   100 produtores de qualidade.
O selo de Indicação de Procedência-IP tem de dar sequência a seus atos indo na direção da identificação mais próxima do terroir, dando nome ao vinho. Essa IP dará a certidão definitiva não só da qualidade como de nascimento dos vinhos da Campanha.
Dentre as vinícolas destacam-se: Czarnobay-Encruzilhada do Sul,  Vinhética-Livramento, Lidio Carraro-Encruzilhada do Sul, Routhier & Darricarrére- Rosário do Sul, Batalha-Bajé, Dom Pedrito-Dom Pedrito, Peruzzo-Bajé e Salton, de Livramento.
Três pequenas regiões se apresentam como fortes candidatas para a designação de , como especificam os franceses, de Appellation d’Origen Controlée, as AOC famosas, que dão nome aos vinhos. 
A primeira delas é Palomas, distrito de Livramento e berço das uvas aristocráticas das fronteira, mas , hoje, relegadas a segundo plano e esquecida pelos donos do pedaço. A segunda, fica na região situada entre Rosario do Sul-RS e Dom Pedrito -RS , com características ímpares nos seus produtos, notadamente os vinhos tintos. A terceira região a ser destacada fica na Serra do Sudeste, em torno de Encruzilhada do Sul. 
Essas regiões já possuem condições de estabelecer pequenas regiões demarcadas, bem de acordo com a definição de terroir, para gerar produtos diferenciados, uniformes e homogêneos de especifica e alta a qualidade.
Mãos á obra!