quarta-feira, 27 de junho de 2018

ESPUMANTE QUINTA DON BONIFÁCIO ROSË BRUT

ESPUMANTE QUINTA DON BONIFÁCIO ROSË BRUT
FlavioMPinto
Vivo dizendo que os espumantes brasileiros já atingiram nível de qualidade internacional. As provas são incontestes na aceitação nos mais diversos mercados, seja em vendas seja em vitórias em concursos e exposições. 
Depois que os nossos enólogos investiram no estilo Brut, particularmente nos moscatéis, os espumantes brasileiros levantaram voo a jato na direção do sucesso e confiança eos demais foram no rastro. 
Este Brut Rosé da José Bonifácio feito pelo método Charmat na Vinícola Quinta Don Bonifácio em Caxias do Sul é um dos muitos exemplos.
Com 12% de álcool e uma perlage fina agradável.
 É de uvas Sangiovese, Pinot Noir e Chardonnay, guardando as principais características dessas cepas como frescor; aromas e sabores de frutas vermelhas, como cerejas e framboesas; toques de frutas negras , como mirtilos e líchias. 
Muito equilibrado com acidez muito boa e presente.
Deixa um retrogosto frutado.

Esta é a minha opinião.

segunda-feira, 25 de junho de 2018

AURORA PEQUENAS PARTILHAS CABERNET FRANC 2013


AURORA PEQUENAS PARTILHAS CABERNET FRANC 2013
FlávioMPinto

Vinda de Bordeaux-França, a Cabernet Franc é uma uva antiga conhecida dos vitivinicultores gaúchos, mas ultimamente perdeu espaços para Merlot e Cabernet Sauvignon.
De cor violeta forte, lágrimas pronunciadas denunciando sua untuosidade, aromas suaves de frutas vermelhas compotadas.
Na boca se revela com sabores achocolatados, morangos e cerejas em compota, além das baunilhas bem definidas. 
Seus 13% de álcool não influem na estrutura nem na elegância. Um vinho muito bem comportado, que representa bem  o caráter da Cabernet Franc, com sua potência e maciez.
Medianamente encorpado. Apresenta sabores de frutas negras como amoras e ameixas vermelhas. 
Muito intenso e persistente.
Deixa um final frutado e longo.
Esta é a minha opinião.


sábado, 23 de junho de 2018

VIÑAS DEL 636 DEL CAMPO TANNAT 2016


VIÑAS DEL 636 DEL CAMPO TANNAT 2016
FlávioMPinto

A vinícola uruguaia, de Rivera, é absolutamente artesanal. Thiago Gutierrez, o enólogo e faz tudo, chega ao ponto de colocar rótulo por rótulo, amparado na sua coxa, em todas as garrafas. As tiragens são pequenas, mas a qualidade é inversamente proporcional.
Este Tannat 2016 reflete bem o excelente trabalho do Thiago: responsável, competente, digno e honesto ao nos entregar um produto com essas características.
A uva Tannat se aclimatou muito bem no Uruguai e por extensão na região da Campanha gaúcha. A vinícola uruguaia serpenteia pela linha divisória com marcos territoriais dentro dos vinhedos. Um parreiral internacional, ora no Brasil ora no Uruguai, numa simbiose bem típica da Fronteira da Paz.
Este Del Campo Tannat 2016 é de cor violeta forte, bem escuro, intenso na cor, nos aromas e sabores de frutas vermelhas maduras como ameixas, morangos e framboesas. Muito intenso e persistente.
Um vinho elegante com toda sua estrutura equilibrada.
Tem características de ser de guarda.
É encontrado nas mercearias de Rivera.
Deixa um final longo.
Esta é a minha opinião.

terça-feira, 19 de junho de 2018

GRANJA UNIÃO CABERNET SAUVIGNON 2015


GRANJA UNIÃO CABERNET SAUVIGNON 2015
FlávioMPinto

Este vinho é de uma linhagem muito antiga e tradicional no RS. Muitos iniciaram sua carreira enológica degustando o Granja União Cabernet Franc, que ainda é produzido. 
A Granja União foi vendida para a Vinícola Garibaldi, a poucos anos, que manteve o padrão, garantindo a manutenção e admiração, para dizer respeito, de seus admiradores consumidores.
A quase cem anos esta linha é degustada por gaúchos e brasileiros apresentando a mesma qualidade e aceitação. Podemos dizer que é um vinho-escola para os admiradores de Bacco.
De uma cor violeta ímpar, é pouco aromático, mas na boca desdobra-se em sabores de morangos maduros e um pouco de chocolates.
Medianamente encorpado com teor alcoolico de 12%, que não influi na estrutura. Podemos afirmar até que é um vinho elegante, a medida que suas características estão bem demarcadas mas  nenhuma se sobressai, harmonizando-se. 
Um vinho simples e muito honesto. Fácil de degustar e gostar. Para o dia-a-dia sem questionamentos.
Deixa um final médio e frutado.
Esta é a minha opinião.

segunda-feira, 18 de junho de 2018

A ESTRUTURA DO VINHO


A ESTRUTURA DO VINHO
FlávioMPinto

Muitas  pessoas perguntam seguidamente o que é a estrutura de um vinho, sempre citada em resenhas e descrições nas degustações e propagandas. 
A estrutura é nada mais do que a composição técnica do vinho, verificando-se os aspectos sensoriais do produto, fruto da análise sensorial. São aspectos gustativos, visuais, olfativos e táteis.
Os itens que compõem a estrutura são o teor alcoólico, a acidez, os sabores e os taninos nos tintos e doçura nos brancos.
O teor alcoólico é expresso no rótulo e os demais devem ser perceptidos.
Sobre o álcool, pode-se constatar que os de maior teor são os de melhor qualidade, em torno de 13 a 15%( os doces e os  fortificados possuem maior teor), que indica, também sua longevidade; a acidez é notada pela salivação e também aponta a vertente gastronômica do vinho; os sabores indicam a complexidade e versatilidade e os taninos, denunciados pelo gosto de banana  ou maças verdes, apontam potencial de guarda. Muitas vezes essa sensação de frutas verdes é neutralizada por uma decantação ou oxigenação rápida que o amacia. 
Dessa análise e percepções surgem outros conceitos que dão notas ao vinho e que o fazem distinto: o equilíbrio, a harmonia, a elegância, a persistência, a complexidade e a intensidade.
A diferença de um grande vinho para um sem expressão está na análise do conjunto desses fatores. 

quarta-feira, 13 de junho de 2018

LILÁS by Carlos Lucas 2013

LILÁS by Carlos Lucas 2013

LILÁS by Carlos Lucas 2013
FlávioMPinto
Um vinho português de Touriga Franca e Touriga Nacional, caráter dos vinhos do DOURO.
Um vinho de aromas tranquilos de framboesas e flores brancas.
Lágrimas parcimoniosas indicando sua untuosidade e vocação gastronômica..
Na boca, ressalta uma acidez agradável e harmonia entre essa acidez e o teor alcoólico de 13%. O teor alcoólico não passa ao conjunto ensejando uma boa elegância e equilíbrio entre os fatores da estrutura.
 Aliás, essa é uma das mais importantes características de todos os vinhos portugueses: são assemblages harmônicos e elegantes, equilibrando a mistura de muitas uvas, uma tradição secular portuguesa.
É pouco tânico e muito agradável de degustar.
Deixa um final agradável, frutado e consistente.
Esta é a minha opinião.

segunda-feira, 11 de junho de 2018

VIEJA PARCELA RESERVA DE FAMILIA CABERNET FRANC 2004

VIEJA PARCELA RESERVA DE FAMILIA CABERNET FRANC 2004
FlávioMPinto
Já havia degustado esse vinho a mais ou menos 1 ano atrás. Guardei  duas garrafas para ver como se comportava  mais adiante, embora já tivesse mais de 14 anos de “embotellamento”.
É um vinho uruguaio da Bodega Castillo Viejo, de San José, no sul do Uruguai. 
Foi armazenado em barricas francesas antes do engarrafamento por 11 meses, mas os frutos desse adormecimento se foram com o longo período nas  garrafas: mais de 14 anos. Perderam-se algumas características marcantes da Cabernet Franc.
Perdeu-se, também, aspectos da elegância como alguns aromas , sabores primários e o teor alcoolico de 13,5%, mas preserva resquícios que fora, como sua untuosidade, evidenciada pelas lágrimas abundantes.
O Vieja Parcela ainda se mostra um vinho pouco atraente, mesmo já desgastado pelo tempo. Depois da decantação mostrou-se  com sabores e aromas de frutas cítricas como tangerina, limões e até de mentolados, mas bem distante e diferente de um Cabernet Franc.
Apareceram os halos alaranjados oriundos da longa espera nas garrafas, indicando seu declínio. O triste fim de um excelente vinho.

Esta é a minha opinião.

sábado, 9 de junho de 2018

ABERDEEN ANGUS MALBEC 2017

ABERDEEN ANGUS MALBEC 2017
FlávioMPinto
Um vinho argentino de cor violeta forte, com lágrimas bem pronunciadas denunciando sua untuosidade.
Aromas de vegetais recém colhidos e até de mentas e até de alcaçuz, aparecem de imediato ao desarrolharmos o ABERDEEN.
Um Malbec muito jovem e meio agressivo indicando que ainda necessitava amadurecer na garrafa. Ou mesmo antes.
Na boca surgem sabores animais  e lácteos associados aos taninos fortemente representados, trincando os dentes, sobrepujando o teor alcoólico de 12,5%, desequilibrando a estrutura.
Um vinho diário. Medianamente encorpado. 
Uma oxigenação boa fará modificações gustativas relevantes e o deixará menos agressivo, com certeza. Foi o que fiz. Um vinho que fica equilibrado após a oxigenação. 
Muito agradável e até elegante ao harmonizarem-se todas as partes da estrutura após essa medida tomada.
Deixa um final curto.
Esta é a minha opinião.  

quarta-feira, 6 de junho de 2018

FINCA LAS MORAS BONARDA 2015

FlavioMPinto

Não me foi surpresa esse Las Moras 2015. A Las Moras é uma das grandes vinícolas argentinas. Preza pela qualidade de seus produtos. 
Vinhos que especificam o terroir e prestigiam as cepas que vinificam.
A Bonarda é uma uva desconhecida no Brasil, que se assemelha muito ao tratamento, que os brasileiros dão á Isabel, pois é uma uva que eles( os argentinos)  fazem seus vinhos ”gruessos”, que são os coloniais  e de grande aceitação pela população. É a segunda uva mais plantada na Argentina. 
Usada também em cortes da Malbec.  
Cálido, aconchegante, fácil de gostar. Faz parte do plantel de ataque ás gôndolas de supermercados brasileiros por seu preço.
De cor violeta e aromas suaves de frutas vermelhas como groselhas.
Na boca não decepciona com sua suavidade. Pouco tânico e medianamente encorpado.
Muito elegante e harmônico. O teor alcoólico não se sobresai.
Um excelente custo-benefício para o diário.
Deixa um final curto. 

Esta é a minha opinião.

segunda-feira, 4 de junho de 2018

QUINTA DA NEVE CABERNET SAUVIGNON TOURIGA NACIONAL MERLOT 2011

QUINTA DA NEVE CABERNET SAUVIGNON TOURIGA NACIONAL MERLOT 2011

QUINTA DA NEVE CABERNET SAUVIGNON TOURIGA NACIONAL MERLOT 2011
FlávioMPinto
São Joaquim em Santa Catarina já está se consolidando como um novo pólo vitivinícola. Uvas colhidas a mais de 1200 metros de altitude dão uma nova personalidade aos vinhos lá produzidos.
A Vinícola Quinta da Neve foi a primeira a investir nos vinhedos de altitude e hoje é seguida por uma parcela significativa de vinícolas. Ao plantar variedades portuguesas e italianas fugiu da mesmice da Cabernet Sauvignon e Merlot sozinhas. Seus blends contemplam variedades como Touriga Nacional e Sangiovese dando um toque mais europeu e distinto á produção.
O QUINTA DA NEVE CABERNET SAUVIGNON TOURIGA NACIONAL MERLOT 2011 é um vinho de padrão europeu desenvolvido numa das terras mais européias do Brasil. 
De cor violácea forte com reflexos também violáceos. 
Com aromas de violetas, claro, bem marcantes.
Na boca se abre em sabores de frutas negras compotadas. Muito elegante e fresco. Agradável de degustar. Medianamente encorpado, seus 12,5% de teor alcoólico o deixam muito agradável.
Um vinho de qualidade indiscutível.
Esta é a minha opinião.
Pode ser encontrado no site quintadaneve.com.br

CEDRO DO NOVAL 2010

CEDRO DO NOVAL 2010

CEDRO DO NOVAL 2010
FlávioMPinto
A Quinta do Noval é uma vinícola portuguesa com mais de 300 anos no Douro.
Um belo vinho duriense, o Douro, uma das mais belas e festejadas regiões vinícolas de Portugal. Um blend de Touriga Nacional, Touriga Franca, Tinto Cão e Syrah, com preponderância da Syrah. Somente a Touriga Nacional e a Syrah são conhecidas aqui, mas em pequena escala.
Perfumado e de cor granada forte. Exala fortes aromas de violetas, mas pouco definindo o blend que compõe o vinho, para quem não sabe da composição numa degustação ás cegas, por exemplo. As mais de 400 castas portuguesas nos embaralham muito, considerando ainda que a maioria dos vinhos são assemblages. Não é fácil conhecer as mais de 400 castas portuguesas e identificá-las num blend.
Traços fortes e marcantes de especiarias, flores, frutas cítricas, balsâmicos, mentolados e defumados são identificados. 
É um vinho elegante e encorpado, e muito harmonioso. Muito complexo.
E delicioso, por sinal. 
O estágio em barricas de carvalho deixou marcas profundas agregando os sabores de café torrado e frutas vermelhas compotadas.
Sua untuosidade, denunciada pelas lágrimas parcimoniosas e teor alcoólico de 13% , indicam boa guarda.
Um assemblage português típico para ser apreciado em toda sua plenitude por poucos.
Deixa um final longo.
Esta é a minha opinião.

CZARNOBAY ALTO DAS FIGUEIRAS TOURIGA NACIONAL 2013

CZARNOBAY ALTO DAS FIGUEIRAS TOURIGA NACIONAL 2013

CZARNOBAY ALTO DAS FIGUEIRAS TOURIGA NACIONAL  2013
FlávioMPinto
Mais um competente vinho nacional pouco divulgado. 
De cor violeta forte vai logo exalando aromas de framboesas e flores de jardins(lírios e copos de leite)num bouquet convincente.
Com lágrimas parcimoniosas apresenta sua untuosidade. O teor alcoólico de 12,3% não passa ao conjunto.
Não passa por barricas de carvalho, revelando que o terroir de Encruzilhada do Sul-RS , assim como todo da região da Campanha gaúcha, se revela ímpar em entregar um produto pronto, não passando pelo aprimoramento nas barricas. É nele que se conhece um terroir e a personalidade e caráter de um vinho sem o trabalho dos enólogos. Ou seja, o vinho na sua plenitude.
Um vinho que tem tudo para ser tratado como jovem, mas carrega o aroma terroso e a mineralidade dos velhos vinhos tintos curtidos no tempo e nas barricas. A Touriga Nacional é uma uva portuguesa que se deu muito bem na Serra de Encruzilhada do Sul.
Na boca, se revelam frutados de mirtilos, ameixas e figos passas e compotas antigas de outras frutas vermelhas. Sabores de violetas e hortelãs se apresentam sem constrangimentos. Taninos presentes com sabores leves de maças verdes. Trinca os dentes!
É cálido e enche a boca. Sua acidez não passa despercebida revelando sua vertente gastronômica.
A Vinícola Czarnobay nos entrega um vinho de qualidade superior digno de enfrentar os melhores do mercado.
Um vinho tinto para ser apreciado por quem entende do riscado.
Esta é a minha opinião.
Pode ser encontrado na Vinhos e Sabores, na Lima e Silva, 693, Cidade Baixa-Porto Alegre

ESPUMANTE GUATAMBU ANGUS EXTRABRUT

ESPUMANTE GUATAMBU ANGUS EXTRABRUT

ESPUMANTE GUATAMBU ANGUS EXTRABRUT
  FlávioMPinto
A Guatambu foi uma das vinícolas que mais progrediu no mercado brasileiro nos últimos tempos. Tem apresentado produtos de qualidade excepcional. Cresce também para o enoturismo unindo sua vocação de estância com o vinho.
Exibe uma cor esverdeada com reflexos dourados muito distinta.
Uma perlage fina e abundante inunda a taça e aromas cítricos invadem o nariz.
Na boca, é muito seco, por ser exatamente um extrabrut com reduzida carga de açúcar. Cremoso e delicado. Como todo bom Chardonnay 100%,  não poderia deixar de expressar os aromas e sabores de flores brancas e pão tostado. 
Esta é a minha opinião.

CASA VALDUGA RAÍZES CORTE 2010

CASA VALDUGA RAÍZES CORTE 2010


CASA VALDUGA RAÍZES CORTE  2010

FlávioMPinto


Um vinho austero com muita evolução do Corte 2009. De três uvas potentes gerou um vinho igualmente potente e inigualável. Cabernet Sauvignon, Cabernet Franc e Tannat, criadas a capricho na região da Campanha-Quaraí, um novo terroir descoberto pela Casa Valduga. 

A Casa ainda não corrigiu as informações do contrarrótulo do Corte 2009 dizendo que foi engarrafado na origem, mas indica a Vila Trento, no Vale dos Vinhedos/Bento Gonçalves, distante mais de 300 km,  para tal! Um erro imperdoável para um vinho de qualidade. Não se pode exigir demais nesta atual conjuntura nacional onde informações são deturpadas para se atingir objetivos. Reflexo do que acontece na política.

De cor violeta forte, exala aromas frutados de groselhas e baunilhas. 

Na boca, os aromas se acentuam redundando em sabores muito marcantes. Muito encorpado e tânico evidencia uma vocação para guarda. Seus 14,5% de teor alcoólico completam o quadro.  

Um vinho elegante e muito estruturado.

Deixa um final frutado e muito significativo. 
Clique na imagem para vê-la melhor.

Esta é a minha opinião. 

VINHO FAZ SONHAR!

VINHO FAZ SONHAR!

VINHO FAZ SONHAR!
FlávioMPinto
É inacreditável como um gole de vinho numa degustação nos leva longe. Por isso o vinho é uma bebida diferenciada. Degusta-se e não se bebe. 
Sorve-se cada gole deliciando-se com tudo que envolve a produção daquele líquido, por exemplo. Da história dos produtores á história da época da produção passando pelas variações do clima que fizeram a safra.
O vinho é a bebida mais antiga da humanidade e a mais sagrada. Tanto que na Santa Ceia, Jesus Cristo ungiu o vinho e não a água, depois a transformou em vinho. 
O vinho carrega essa aura sagrada e sacrossanta. Atinge nosso organismo com suas moléculas de resveratrol nos protegendo de inúmeras doenças. 
Mas também atinge em cheio nossa mente liberando o bom humor.
 O nosso intelecto também é ativado quando  degustamos um vinho e relembramos fatos históricos da época do plantio, germinação, florescimento, colheita e maturação do vinho nas barricas e nas garrafas. É a história nos atingindo através da degustação.         
Fatos históricos que degustamos junto com o precioso líquido vem á tona dos mais sensíveis e interessados.
O vinho, entenda-se os de mais alta qualidade, rima com sofisticação, educação, bom gosto e eleva a vida a patamares superiores. A um conceito superior de viver e sentir a própria vida.

Degustar um vinho aflora a mais pura sensibilidade elevando nossos pensamentos, aproximando-nos de pessoas, aumentando nosso poder de aglutinação de amigos. Não é á toa que o vinho, como ator principal, faz parte das maiores comemorações, das mais festivas e amigáveis, sejam profanas ou religiosas, desde os tempos bíblicos. Destaque aí para o Champagne.

DUNAMIS CHARDONNAY 2016

DUNAMIS CHARDONNAY 2016

DUNAMIS CHARDONNAY 2016
FlávioMPinto

O Chardonnay de uma das mais novas vinícolas da região da campanha gaúcha chega esbanjando categoria, finesse, vitalidade e graça.
De cor amarelo palha com reflexos esverdeados, bem chardonnay, exala aromas frutados cítricos. 
Límpido, transparente, bem agradável aos olhos.
Na boca, manifestam-se, os cítricos, totalmente com limões sicilianos, maças verdes, peras, abacaxis. 
Não passam despercebidos os sinais de pão torrado, típico e marcantes da cepa.
A Dunamis é uma vinícola jovem de Dom Pedrito-RS, na Campanha gaúcha. Produz vinhos inusitados e competentes..
 Esse Chardonnay é elegante e muito estruturado, apesar de não apresentar traços de adocicado e sim uma leve acidez cítrica. 
O teor de 12% de álcool se faz de maneira indelével deixando o frutado reinar. 
Um vinho muito bem equilibrado, destacando-se a complexidade de sabores.
É muito persistente com um final bem pronunciado.

Esta é a minha opinião.

GUATAMBU RASTROS DO PAMPA CABERNET SAUVIGNON 2011

GUATAMBU RASTROS DO PAMPA CABERNET SAUVIGNON 2011


GUATAMBU RASTROS DO PAMPA CABERNET SAUVIGNON 2011

FlávioMPinto




Uma agradável surpresa esse Cabernet Sauvignon. Um dos primeiros produtos da Guatambu Estância do Vinho, vinícola do coração da região da Campanha em Dom Pedrito.

Um vinho perfumado pelos melhores aromas da cepa, identificando-o logo. Cor escura, profunda e aromas de frutas vermelhas como cerejas e morangos e até nuances de flores. O Guatambu Rastros do Pampa vai surpreendendo a cada aspecto que surge. 

Na boca mais ainda com as notas florais, sim notas fortes florais,  muito presentes, algo muito comum num Gewurztraminer. Mas é um tinto muito distinto. Os sabores de morangos , cerejas, e compotados fazem parte do mix de sabores. Aveludado, macio. 

Elegante, muito bem estruturado , encorpado,harmônico, com taninos muito bem definidos e domados. O teor alcoólico de 13% convive muito bem com a complexidade de sabores. Deixa um final longo e frutado.

Assim vejo o Rastros do Pampa Cabernet Sauvignon 2011, que, com certeza, harmonizará muito bem com o projeto de enoturismo da vinícola. 

Esta é a minha opinião.

JUAN CARRAU MERLOT 2014

JUAN CARRAU MERLOT 2014

JUAN CARRAU MERLOT 2014
FlávioMPinto
As Bodegas Juan Carrau são vinícolas antigas no Uruguai, a mais de 10 gerações, desde 1752 quando ainda viviam na Catalunia, Espanha. Possuem uma bodega em Canelones, perto de Montevidéu, no terroir Las Violetas e outro na fronteira com o Brasil, em Rivera, o terroir Cerro Chapéu. Este possui como destaque sua situação internacional: no meio de seus vinhedos estão instalados marcos trigonométricos da linha divisória Brasil-Uruguai. 
As Bodegas Juan Carrau foram os responsáveis pelo maior salto de qualidade nos vinhos uruguaios de 1930, quando se instalaram em definitivo no país,   até hoje, liderados por Juan Carrau Sust.
Este Merlot 2014 é de Las Violetas.
Um vinho de cor violeta bem característico da cepa e com bordas fortes . De lágrimas contidas, mas presentes. 
Bem aromático exalando aromas de framboesas bem frescas. 
Na boca representa sabores de frutas vermelhas como amoras, cerejas maduras, mirtilos e flores, como violetas. 
Seus 12% de teor alcoólico se fazem cerimoniosamente presentes, mas de forma bem leve. 
De taninos bem pronunciados, é elegante e sofisticado, mesmo sendo vinho de entrada da vinícola. Medianamente encorpado. 
Um vinho jovem, mas muito bem apanhado. 
Possui um retrogosto agradável e longo. Um final frutado com laranjas.
Deve ser degustado refrescado. Na temperatura ambiente fica muito tânico-verão Brasil. 
Esta é a minha opinião. 

Nº 2 DE CHÂTEAU PETRUS GAIA 2011

Nº 2 DE CHÂTEAU PETRUS GAIA 2011


Nº 2 DE CHÂTEAU PETRUS GAIA 2011

FlávioMPinto




Um Petrus para ninguém botar defeito. Frutadíssimo,  com aromas de cerejas maduras  logo de cara. Um bouquet de fazer inveja , é morder a rolha e ficar sugando. Cor típica do Merlot, violácea não muito forte,  identificando a preponderância daquela cepa. Vem do Château Petrus Gaia, não do Pomerol , mas  lá do Bordeaux Superieur, da margem direita do Dordogne, terra da Merlot. 

Mesmo sendo jovem, foi engarrafado a 30 de julho de 2012, é um vinho que já trás uma bagagem muito boa.

 Na boca, desperta atenções pela suavidade característica da Merlot, mas com um toque de eucaliptos e baunilhas bem de leve. Não temos a informação de quanto tempo ficou em barricas. Apenas as referências de tostados e baunilhas indicam uma passagem curta por carvalho.

É um vinho levemente encorpado e elegante. Tem um quê de finesse que o distingue. Afinal é um Bordeaux de estirpe reconhecida. Uma delicadeza sem par.

O teor alcoólico de 14% não passa ao conjunto. 

Deixa um final duradouro.

Esta é a minha opinião.

ESPUMANTE MONTE PASCHOAL NATURAL BRUT

ESPUMANTE MONTE PASCHOAL NATURAL BRUT

ESPUMANTE MONTE PASCHOAL NATURAL BRUT
FlávioMPinto
Este espumante também é da Basso Vinhos e Espumantes, de Farroupilha-RS, mas feito de Chardonnay e Pinot Noir, forma mais tradicional de se fazer espumantes e champanhes mundo afora. 
Tem 12% de teor alcoólico, apresenta pouca espuma e perlage muito fugaz e viva, de forma persistente. O tom amarelo esverdeado é marcante. 
De cara aromas cítricos bem distintos. na boca, os conhecidos sabores da Chardonnay se manifestam dentre eles o de pão torrado e limões. 
Ótima acidez indicando par a uma farta gastronomia. 

Deixa um retrogosto muito longo.
Esta é a minha opinião.

domingo, 3 de junho de 2018

MIGRAÇÃO

MIGRAÇÃO
FlávioMPinto

Estou migrando do site antigo - vinhoseoutrasbobagens.blogspot para o novo vinhoseoutrasamenidades.com  Espero continuar a contar com a presença dos mesmos amigos na tela.

CHÂTEAU MARGAUX 2007

CHÂTEAU MARGAUX 2007



CHÂTEAU MARGAUX 2007
FlavioMPinto
Em primeiro lugar quem sou eu para avaliar um dos maiores ícones da cultura do vinho!  Acho que até o Robert Parker , que lhe dá entre 92 e 94 pontos na avaliação, ficará brabo comigo por esta tratativa. É muita pretensão. 
Margaux é uma das quatro regiões do Médoc. O Château é o local mais visitado do Médoc. Integra a mais proeminente região vinífera da França. Rivaliza com Pauillac na qualidade dos vinhos. Produz, basicamente, vinhos com 85% de Cabernet Sauvignon  e 15% de Merlot, mas podendo abrir seu mix para a Cabernet Franc, Petit Verdot e até Malbec..
Este é um  clássico e legítimo assemblage de Bordeaux: Cabernet Sauvignon, Cabernet Franc, Petit Verdot e Merlot. Representante máximo de uma das mais importantes regiões do Médoc.
 Um vinho caro. Não cabe em qualquer bolso.
Apesar de ter apenas 5 anos de guarda, distante ainda do prazo máximo de confinamento fui á luta e dentro desse espírito encarei o Margaux 2007. É vinho prá mais de metro. E não é qualquer hora que se degusta um Premier Gran Cru Classe. Mas não tem problema, pois já comprei outro, bem mais em conta,  só que um Réserve de l’Estey de Calvet, um vinicultor muito conceituado no Médoc. Não é o original, mas é um Margaux e estamos conversados. Mais tarde colocarei minha observação sobre ele. 
Cada vinho clássico do Médoc é uma aula para quem quer se habilitar a conhecer vinhos de elite. 
A começar pelo rótulo simples, mas com aparência de nobre, que já nos coloca em posição de reverência. 
Abri e já saltam aromas herbáceos e frutados lembrando framboesas maduras. Algo de cassis. Aromas agradáveis mostrando que o vinho está bem vivo. Couro e tostados se pronunciando.  
A cor não é muito forte, mas é firme. Uniforme. Um violeta meio opaco, nada brilhante para um vinho com pouco mais de  5 anos de guarda. Mas a impressão é boa.
Na boca o Margaux se desfaz em sabores de cassis e framboesas bem caracterizados, cerejas, amoras bem amadurecidas, um pouco de baunilhas, um festival de frutas vermelhas maduras. O corpo bem pronunciado esbanja potência e revela  o índice alcoolico. Com taninos amaciados desce bem, apesar de sua complexidade que inspira meditação sobre o que se está bebendo. Ah, isso é desde a compra.
Numa segunda camada encontramos menta , especiarias e até chocolate numa maciez que encanta. Afinal estamos diante de um Margaux! Volumoso e harmônico , enche a boca de sabores sem qualquer indício de amargor. 
A cada gole uma lição magistral sobre vinhos é assimilada. Os sinais de alcaçuz são marcantes dando um toque de maior refinamento.
Uma enciclopédia líquida estava ao nosso alcance de degustação. Elegante, aristocrático, equilibrado, macio, decididamente agradável é o Margaux tinto 2007.
Enfim, um retrogosto incrívelmente duradouro e saboroso nos esperava. Um vinho que nos deixa a sensação de se averiguar, sempre, o que se tem a beber. 
Um vinho de intensa responsabilidade de quem vai degustá-lo. 
Não é prá qualquer pessoa bebê-lo. 
Tem-se  de entendê-lo  para melhor aproveitar suas qualidades. Esta é a minha opinião.

BEBENDO VINHOS E DEGUSTANDO HISTÓRIA

BEBENDO VINHOS E DEGUSTANDO HISTÓRIA


BEBENDO VINHOS E DEGUSTANDO HISTÓRIA

FlávioMPinto

Outro dia, em visita á fronteira, passeando pelas gôndolas de vinhos do Siñeriz Freeshop, em Rivera-Uruguai, encontrei vinhos que me levaram a uma viagem quase mil anos atrás. Foi a época dos Templários, lá pelos anos 1200. Época em que os Templários eram uma potência militar, religiosa e financeira.

Pois bem, me deparei com o Pape Clément, um tinto de Pessac  Leognan em Bordeaux, mais especificamente de Graves no Médoc. No contrarrótulo sua origem: eram uvas de terras originalmente pertencentes a Bertrand de Goth. 

Aí tem início uma longa estória. Felipe IV, o Belo, rei da França era um rei devedor dos financistas da época, particularmente composta por protestantes e a Ordem dos Cavaleiros Templários. A eles devia terras, propriedades e muito dinheiro. Entre 1290 e 1300, arquitetou um plano de saldar suas dívidas com os protestantes. Simplesmente prendeu-os sob inúmeras acusações e extinguiu o que devia a eles. Contra os Templários pouco poderia fazer, pois estes só deviam obediência ao Papa, além de serem muito poderosos militarmente. Mais uma vez, maquiavelicamente planejou ter um Papa sob sua batuta e conseguiu, colocando, como tal, Bertrand de Goth,  o bispo de Saint-Bertrand-de-Comminges , uma comuna nos Pireneus franceses, localizada no departamento da Alta Garona, região dos Médios Pirenéus.

Este vinho não me trouxe boas recordações históricas, pois Clément V, nome adotado por Bertrand de Goth no papado, foi o Papa que exterminou os Templários com alegações falsas forjadas por Felipe, o Belo e seu Guarda Selos( ministro da Justiça)Guillaume de Nogaret, condenando-os á prisão perpétua ou a fogueira como Jacques de Molay, grão mestre da Ordem dos Templários. Na fogueira, a 18 de março de 1314, De Molay rogou uma praga aos tres algozes( Felipe, Clément e Nogaret), intimando-os a comparecer ao tribunal de Deus para o ajuste de contas naquele mesmo ano e os tres morreram no mesmo ano em que o grão mestre foi condenado, cumprindo-se a profecia do grão mestre templário. Uma de suas primeiras providências( de Clement V) foi transferir o papado de Roma para Avignon. O Châteauneuf-du pape, o castelo que começou a ser construído para o papa marcou a região. Clément morreu, mas de Bispo maldito deu origem a uma AOC  em Graves e seu castelo á prestigiada AOC Châteauneuf-du-pape no Vale do Rhône, a maior grife de vinhos franceses.

A esta altura, os templários já tinham iniciado sua fuga pela vida onde houvesse perseguição por seguidores de Felipe.  

Um templário vindo da Pérsia, fez sua morada numa ermida perto de Dijon, França. Com videiras que se presume sejam das aclamadas Syrah ou Shiraz, cidade da Pèrsia de onde teria vindo, conseguiu frutificá-las a ponto de torná-las as uvas emblemáticas do  Vale do Rhône e dando origem a cidade de Hermitage, berço da Syrah ou Shiraz e de suas AOC. 

Vimos, portanto, duas AOC e uma casta emblemáticas para a vitivinicultura francesa e muita história e estórias.

O sexto sentido nos vinhos

O sexto sentido nos vinhos

O sexto sentido nos vinhos
FlávioMPinto
Todos os sentidos são importantes na degustação de um vinho. Embora presente somente nos espumantes, o estourar da rolha ao destampar a garrafa, embora seja uma forma deselegante de abrir a garrafa, é mundialmente reconhecido com o ato de alegria, festa e comemoração. É a audição em foco, demarcando território firmemente nos espumantes , champagnes e cavas.
Nos demais tipos de vinhos a audição pouco se manifesta, contudo os outros sentidos afloram dando vida ao líquido de Bacco.
São estímulos físicos e químicos que nos apresentam a alma e corpo do vinho, como nasce, sua vida pregressa e futura, de onde veio e como foi feito, em que época, região e clima.
Os atos de cheirar e degustar nos trazem á tona até capítulos da história!
É claro que nem todas as pessoas sentem esses estímulos e sensações, mas quem os sente vivencia até a atmosfera da região onde foi plantada a uva .
Daí uma pergunta: onde se enquadra o sexto sentido.
Bom, o sexto sentido se enquadra quando degustamos um vinho de qualidade muito superior ao que estamos acostumados, fugindo em qualidade os nossos parâmetros revelando um questionamento:” O que estou bebendo”.

Um crítico inglês classificou o vinho AMAT, um Tannat da Juan Carrau, de Rivera, Uruguai, de sideral!

TERROIR

TERROIR

TERROIR
FlávioMPinto
Nome muito conhecido no mundo dos vinhos, indica uma região específica dando origem a vinhos únicos e inéditos. 
Relaciona clima e geologia local gerando um universo distinto e característico. Exclusivo. São áreas pequenas,  e  seus frutos são impecáveis por sua qualidade( o terroir do Romanée Conti, na Borgonha, é de 2,3 hectares e produz um dos vinhos mais caros do planeta).
O universo dos vinhos baseia-se na exclusividade, pois vinho é uma bebida que não se bebe: degusta-se , sorvendo cada gole com as características  locais lembrando-se até da história. Aí entra o terroir como aspecto que faz a diferença. 
Os borgonheses já estão classificando um terroir mais qualificado e específico e o chamam de “climat”, englobando até o modo de plantio e modo de vida dos habitantes da região. Daí estão proliferando os vinhos orgânicos e os biodinâmicos, para o gáudio dos puristas.
Vinhos finos rimam com sofisticação, aristocracia, bom gosto, classe. Na França, berço maior dos mais famosos terroirs do planeta,  chama-se o vinho não pela cepa e sim pelo terroir. Quem não conhece e degustou um Bordeaux, um Graves, um Margaux, um Pomerol, um Sauternes ou mesmo um Tokaji hungaro?  O produto desses terroirs carrega a uva que o distingue. Até os assemblages são reconhecidos e chamados pelo nome do terroir!
A primeira AOC- Appellation d’Origem Controlée francesa foi  a Châteauneuf du Pape, um mix de 13 uvas, sendo 3 obrigatórias( Carignan, Mourvédre e Cinsault), que os produtores do Vale do Rhône chamam de “partitura musical”, como a relembrar as 13 notas musicais( são as sete mais as 6 semi). É chegar numa restaurante e pedir um Châteuneuf e não um blend de Carignan, Syrah, Mourvédre e outras!
No Brasil, chamado de Novo Mundo, no linguajar vinícola., ainda impera o caráter Varietal, ou seja, vinhos de uma uva só e não plenamente identificadas com o local, embora já tenhamos indícios de clara identificação. A uva Merlot é a que produz os melhores vinhos da Serra gaúcha, na Campanha se destacam a Tannat e as brancas, na região de Garibaldi o destaque são as brancas para os espumantes consagrados mundialmente. 
O terroir é isso: uma identificação inconteste do produto com a terra.